Sabor das Palavras... Delicie-se!

Eu não pude deixar de postar esse link.
A todos os radioapaixonados(as) leiam com atenção, pois é desta habilidade que estamos precisando nas rádio de hoje

MÔNICA SAMPAIO - Radialista e Escritora: SABOREIE AS PALAVRAS

Francamente... Profissionais?!

Recentemente passei a ler postagens em algumas comunidades que participo no Orkut.

A maioria traz convites para entrar em outras comunidades; outras, tem assuntos que nem tem haver com a "tal" comunidade. Mas, em uma delas, eu observei um verdadeiro “campo de batalha”. Ela, a comunidade, é sobre radialistas. E havia uma verdadeira guerra instaurada por causa de uma postagem em que o autor errou algumas regras de nossa gramática, e a maioria criticou de forma austera dizendo: "Se queres ser locutor, deves ao menos saber escrever seu próprio idioma". Outros se posicionaram a favor, não dos erros é claro, tentando defender o usuário que apenas queria oferecer vagas de emprego, se entendi bem, diante de tantas farpas. 
É claro, estou sendo moderado em minhas palavras. Era uma guerra como disse e, do modo que li, se o coitado que escreveu estive-se por perto, teria sido “linchado”. 
Não se discute o fato de que, para ser um bom profissional do rádio, ter uma boa leitura, dicção e domínio da língua portuguesa, é condição "sine qua non". E que todos que reclamaram daquela postagem, indiscutivelmente, estavam certos. 
O que verdadeiramente me deixou chocado - e isso sim, é discutível! - foi o modo agressivo, indiferente, pedante e outros termos aplicáveis, com que fizeram suas reclamações, principalmente pelo simples e único fato de que, todos os que reclamaram, se auto-intitulavam "Profissionais". 

O que nós esperamos dos profissionais: Competência, Conhecimentos Gerais, Versatilidade, Domínio da Norma Culta da Língua, entre outras tantas qualidades. 
Sabe, eu penso que entre todas as habilidades, esta é a que verdadeiramente importa: PAIXÃO!! Isso mesmo, paixão pelo que se faz ao abrir o microfone.

 Francamente, na minha postagem anterior eu falei dos sindicatos, e sobre os baixos salários da nossa classe. É evidente que isso é de suma importância, porém não pode substituir o amor e a paixão pelo que fazemos.

É essa paixão que nos mantém na profissão e não os altos (ou baixos) salários, bons cachês ou ainda, notoriedade e reconhecimento. Quando um médico faz seu Juramento de Hipócrates, ao se formar, no trecho em que diz: “... Em toda a casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário...", parece curioso como essa frase soa tão familiar, pois é exatamente assim que fazemos todos os dias, entramos nas residências dos ouvintes e não temos, na maioria das vezes, a menor noção de como e quanto interferimos em suas vidas. Eu não sei quantos jovens, ou nem tão jovens assim, são influenciados a seguir nossa profissão, a cada vez em que ouve o meu "Boa Noite". Tenho que ser o melhor para ele, tenho que fazer aquelas horas as melhores, tenho que fazer sua auto-estima ir mais alto a cada minuto. 

 Mas, porque eu digo tudo isso? Fiquei decepcionado com o modo que o usuário, que infelizmente errou ao postar seu texto, foi tratado por nossos colegas de profissão. Eu fiquei pensando, o que será que passou por sua mente ao nosso respeito: "somos os profissionais mais soberbos do mundo". Fomos incapazes de dar apoio e auxilio ao jovem colega. Foi mais barato derrubá-lo a corrigi-lo de forma gentil e amiga, passando nossa prática de mercado e experiência de profissão. Não vou discutir aqui a Norma Culta da Língua, há bons blogs e sites sobre o assunto e excelentes gramáticas no mercado. Eu falo do respeito com o próximo, com nosso semelhante, que aliás, não podemos criticar sem conhecer toda a realidade da sua formação cultural. Preciso lembrar a alguém em que país nós estamos?! Bom, esse é o tipo de assunto do qual eu fico muito aborrecido, desrespeito! Que os profissionais do rádio, jamais esqueçam das palavras do médico que - graças a ele temos em que trabalhar e desenvolver nosso profissionalismo - nos presenteou com o rádio no Brasil. 



"O RÁDIO É O JORNAL DE QUEM NÃO SABE LER, É O MESTRE DE QUEM NÃO PODE IR À ESCOLA, É O DIVERTIMENTO GRATUITO DO POBRE, É O ANIMADOR DE NOVAS ESPERANÇAS, O CONSOLADOR DO ENFERMO, O GUIA DOS SÃOS, DESDE QUE REALIZEM COM ESPÍRITO ALTRUÍSTA E ELEVADO”. 

"EIS UMA MÁQUINA IMPORTANTE PARA EDUCAR NOSSO POVO" 
  ROQUETTE PINTO.


A máquina já esta pronta, o que falta são os profissionais com as características a que Roquette se referiu. 

É!! Esse médico, antropólogo, entre outras coisas, era um homem de visão e tinha respeito e paixão pelo seu semelhante. 
Não esqueçamos nunca o espírito altruísta e elevado. Devemos isso a nós mesmos, para termos o direito de, além de sermos chamados profissionais, ser acima de tudo, um cidadão.


O lema de Roquette-Pinto: Pela cultura dos que vivem em nossa terra, pelo progresso do Brasil.

Crer nos sindicatos está cada vez mais difícil!!

Crer nos sindicatos está cada vez mais difícil!!

É claro que toda luta é difícil. Então não vou ser hipócrita, e sim, vou dar ao sindicato dos radialistas os créditos que lhe são merecidos. Mas o que temos visto, nos últimos anos, só nos faz crer que todas as lutas só trazem vitórias aos patrões. O último repasse salarial foi de míseros 7%; nosso salário está sendo nivelado para baixo; as vitórias são patronais. As rádios estão, aos poucos, virando robôs e os poucos locutores e outros colegas de setor sendo jogados no "lixo". Redes de rádios se formando em todos os cantos. Até rádio comunitária está formando redes, é mole?

Uma profissão tão bonita sendo desperdiçada por interesses financeiros desleais, pois li, há menos de um ano, que as rádios faturaram mais de 2 milhões de reais em publicidade (se não estou enganado com os números) e ainda reclamam. Sei que, com um bom planejamento de marketing, pode-se ganhar muito mais sem precisar fazer cortes ou redução salarial.

E ainda temos que viver com a enxurrada de arrendamentos que só tem aumentado a cada ano, e ver casos como o da Mundial 1180 AM, que deixou vários colegas na rua da amargura ou tendo que aceitar baixos salários. Deixo claro que, não sou contra que as igrejas tenham suas rádios e que seus pastores preguem; mas, pagam milhares de reais pelo canal e depois querem reduzir os nossos salários alegando não poder pagar mais do que o piso. Somos, antes de profissionais, chefes de família e eles, antiprofissionais.

Mas fazer o que?! Ele são os donos, e nós...Sindicalizados.